Sunday, November 27, 2005

Risos

Como me das pena agora que te olho! Rio-me de ti e de tudo! É tudo tao ridículo e medíocre! Näo tens pena de te manteres nesse pés e nessas pernas que nao te servem para nada, sao peças podres que fazem parte desse teu ridículo corpo!
Devias poder encontrar a merda do teu cerebro que deixaste perdido nalguma retrete podre! Hahaha rio.me tanto de ti!tanto...dás-me pena!Olho-te e sintome superior a ti!Nao vales nada de nada, consegues ser tao triste que vais eventualmente acabar por ficar pequeno e desaparecer na tua propia escuridao de vida!
Ainda esperei dias melhores, mas os teus dias eram cada vez mais miseraveis!!
Só queria poder encontrar uma maneira de dizer-te tudo o que sinto por ti e tudo o que me fazes RIR!



Estou sozinha nesta sala, é tudo branco...ou será preto?Tenho os meus braços atados atrás das costas e por muito que tente falar nao consigo, nao sei se estou rouca ou se é deste trapo que me mantem a boca aberta e surda.
Tu nao estás aqui...nao estas...NAO ESTAS??Quem me pôs aquí?foste tu ou foi a loucura que sentia por ti? Nao consigo avançar, nem falar, nem descansar por isso uma vez mais atiro-me contra a parede vezes sem conta até a cabeça doer e sentir aquele rio quente e doce a escorrer testa abaixo. Pronto, tudo vai voltar a acabar, vou dormir, ja sinto o efeito da agulha que me trinca o braço. Adormeço com um sorriso na boca.


Que dia de primavera perfeito!Os dois juntos...a vista desde o castelo! Tudo tao perfeito!
- Sabes, vou te querer para sempre!
- Eu quero-te mais lindinha!
- É sempre tudo tao perfeito quando estás comigo, nao tens defeitos! Sou a mulher mais feliz do mundo.
- E eu o homem mais feliz por te ter comigo!
A vida é tao bela.Há momentos que se guardam para sempre!
- Nunca esquecerei as gargalhadas deste dia!Foi tao lindo e perfeito, amo-te!




Uma vez mais acordo, e volta tudo a acontecer outra vez, mas nao, desta vez nao posso satisfazer os meus caprichos, as paredes ja nao sao duras, sao almofadadas!Que ridículos!!De que têem medo? Nao penso em matar-me, só aliviar esta dor profunda por nao te ter comigo.



Já te disse o ridículo que és?hahaha vai morrer longe! Fazes-me rir e afogar-me na loucura do meu riso que me mantém com este riso plastificado neste manicomio de loucos que näo sao loucos como eu, louca de amor.

Azul (um Viva aos heterozigóticos)

Dizem-nos especiais, que somos diferentes, únicos, cada um diferente do outro, näo chega a existir um pigmento igual de um para outro. Perdem-se de amores, vêem o infinito, o mar, o céu, a chuva num dia nublado em que ficam cinzentos. Afundam-se e afogam-se neles. Morrem e ressuscitam.

Na realidade, simplesmente significam uma coisa, és fraca. Tens dois genes recessivos e nenhum dominante, e difícilmente poderás passar essa tua fraqueza á tua descendência porque sao genes recessivos..os dois!E além de mais sao homozigotos, nao têm variedade. És como uma raça pura com todos os seus defeitos. Nao tens variabilidade genética e ainda por cima tens mais probabilidades de cancro.

Sim, sentia-me especial e diferente e única.
Já nao, sinto-me uma fraca!!

Thursday, November 24, 2005

El Cierzo

Ahora que lo pienso creo que en realidad siempre me lo has dicho; desde siempre desde pequeña..jugaba contigo, bailábamos los dos y cada uno llamaba al otro "suyo".

Yo era tu señora, y el pilar de cemento con dos hierros salientes era mi nave espacial, y te guiaba. Volaba por entre ti. Como era todo tan real...
Cuando tus partículas me acariciaban la piel y el pelo, me decias que sería tuya aunque no lo supiera; Pero yo entonces no lo veía así, yo solo sabía que yo era tu señora y tu mi esclavo, yo te daba órdenes, te pedia que fustigaras los árboles y tu lo hacías, te pedia que hicieras olas en el mar para que lo viera y tu lo hacías, te pedia con una sonrisa "hazme volar" y tu como siempre, lo hacías.

No sabía entonces que todo ésto tenia un precio, y que tendria que pagarlo por muchos años de mi vida. Pero al menos no soy eterna como tu, yo tengo un fin, tu tienes que seguir acariciando niñas y hacerlas tuyas. Tienes que seguir con tu magia, poder e ilusión. Engañando a otras.
Al llegar a esta ciudad lo comprendí todo. Esta ciudad, la ciudad del viento, del viento Cierzo, del frio viento Cierzo que viene de los pirineos y que puede alcanzar velocidades increíbles...ahora te entiendo. Soy tuya, estoy aqui..para tí. Parada en esta ciudad, no me puedo mover.Soy tu prisionera, soy tu esclava. Tuya.

(possivelmente o primeiro e último texto em castellano!=P)

Wednesday, November 23, 2005

O Descampado



Está uma clara manhä, gélida. Mäos e nariz näo te sentem. Uma vez mais preparo-me para passar por ti. O teu caminho hoje já näo tem poças de água. Secaram. A tua erva começa a ficar mais amarela.O outono. Hoje estás vazio, como eu. Nao tens cäes a passarem por ti, a pisarem-te a deixar em ti as suas feses. Näo tens gente. Hoje ninguêm te fala. Somos só eu e tu nesta manhä. La atrás ja deixei o riacho. Água, suja. Esse sim nunca te abandona, a sua sujidade passa por ti todos os dias e passa e passa e passa. Mas näo podes desejar-lhe mal, ele é só o que é. Um riacho.O seu destino é correr por ti. Sempre, presente.

Casas. Carros. Preto.Quente.Aulas.

Está uma tarde agradável, o sol no frio dá um estranho sentimento de bem estar que vem escondido detrás de outro que näo te deixa estar bem. Já desci a ladeira.Desde o cimo observeite, estavas vazio. Sem perigos. Sem cäes, sem gente. Sozinho. Entro em ti, uma estranha rabanada de vento chega de frente, mas näo tenho frio. Os meus cabelos esvoaçam por ti. Os prédios lá ao fundo contrastam com a tua natureza. Ervas e árvores amarelas e esverdeadas. Do meio de ti sai um saco de plástico branco. Voa por cima do teu mato e volta a cair em ti. Como uma pomba. A tua poluiçäo, a tua pobreza e a tua merda nao saem. Ninguém ve isso, só eu. Dia após dia, acumula-se tudo, nada sai. E sei que aí vai continuar, anos e anos. Tudo te marca e eu nada posso contra isso, eu mesma sou como tu. Poluída. Volto a passar pelo teu riacho. Pedrinha a pedrinha passo por ele digo-lhe adeus e volto a ti. Piso-te.

Casa.Quente. Só.

Já está. Mais um dia. Quantos mais?

Wednesday, November 09, 2005

Carta para a Morte

“O amor é uma doença quando nele julgamos ver a nossa cura”- Manel Cruz

Quero-te em mim! Por mais errado que seja, por mais impossível, por mais utópico!

Vem a mim! Eu quero ser a tua casa, quero que me habites. Quero ter a tua doença, e morrer de ti. Quero poder abrir os braços e ter-te sempre a meu lado, tocar a tua capa negra e sentir os teus frios labios em mim.Quero a tua negra sombra a meu lado a toda a hora. Acompanha-me, precisamos falar,..

Como poderás ter medo de mim? Porque me temes? Poderás tu, meu rei e senhor, sentir medo de uma simples mortal? Tu és a minha doença e eu,...eu pretenderei ser a tua cura?Será correcto ter tal pensamento em mim? Temerme-ás porque vês em mim aquilo que queres ter e nao podes? Poderei ser, eu, a única coisa que nao podes ter?
Assim como eu nao te posso possuir, também tu nao podes sequer alcançar-me.

Vem a mim, toca-me, eu nao me importo de morrer por ti, por muito frias que sejam as tuas brancas maos eu estarei feliz, pois por uma vez o impossivel acontecerá e eu poderei sentir-te! Este desespero é mais forte do que tudo, é impossível expresá-lo, acaba com ele, eu sacrifico-me por nós, nao fujas de mim! VEM A MIM!

Tu nao me temes, tu tens peidade de mim.Consigo percebe-lo agora quando me das as costas e olhas a parede escondendo-te de mim,...EU! Aquela que hipnotizaste de amor, e agora deitas fora!

Eu nao sou digna de ti, a piedade é um sentimento repulsivo.

Tuesday, November 08, 2005

'A Lua

Cheguei e vi.te, estavas com aquela tua luz de sempre,..aquela tua luz azulada da lua, que envolve todo o ambiente e depois desaparece sem rasto...
Ainda hoje me rio quando recordo quantas vezes tentei procurar essa luz,..em vao! Pois tu nao estavas aqui e sem ti ela nao é. Os dois sao um. Mas claro que entao, eu ainda nao me tinha apercebido. Eu ainda nao sabia, a inocência vivía em mim. Se a tua luz nao estava, tu nao estavas; ou pelo menos nao aquí, pensava eu. Como podería eu ve.la?

Era lógico que nunca mais a vería, mas eu nao a via nao porque nao estivesses nesta cidade ou neste país, mas sim porque tu já nao estavas no mundo. Tu tinhas desaparecido. Foste sem deixar a tua luz,..sim,...aquela luz azulada da lua!O que só eu amava em ti, e o que nos fazia tao especiais!

Obrigada.