Saturday, August 23, 2008

Invierno.

"siento que la indiferencia de los dias me rompe el alma, pq todo aqui es frio, y aqui no pasa el tiempo ya,..nada me toca, nada me tocó, nada siento ni quiero ya sentir, pq este invierno de mis entrañas rompe todas las fronteras de las estaciones"

Friday, August 22, 2008

Tempo.

Com a serenidade e ternura das mulheres velhas que tudo sabem, passou a mão pelos cabelos cinzentos que o tempo lhe dera. Respirou fundo, alisou a camisa branca e ajeitou a saia. Sentou-se no cadeirão. Fazia anos que não se sentava ao lado dele, sempre lhe incomodara o cheiro dos charutos cubanos. Respirou outra vez, mas devagarinho, como quem tem medo de roubar o ar dos outros, para não o incomodar com a sua presença. Sem saber como, começou a admirar aquele homem que tantos anos compartiu a seu lado.

Viu nele cada ruga, cada cicatriz e cada mancha que o tempo escreveu no seu rosto. Ali sentado á contraluz, quase parecia um daqueles gentlemans que o tempo se nega a fabricar nos dias de hoje. O chapéu negro na cabeça, as calças imaculadamente vincadas, a bengala de marfim e aquela barba branca, davam-lhe características únicas que, se não existissem, já nada teria sentido.

Percebeu o carinho que lhe guardava, entendeu cada sacrifício que por ele tinha feito e constatou, uma vez mais, que o amava, mesmo depois dos cinquenta anos que por aqueles rostos (outrora belos) tinham passado.

Tuesday, August 19, 2008

bom de amar.

Forte e especial virou a esquina nos saltos altos das vertigens.
Só espera quem sabe que a quer, pois o contrario nao entra na sua forma de amar.
O vestido é demasiado justo, sufocante, mas só o suficiente para afogar o seu carácter.
Os lábios, exageradamente vermelhos, lembram duas maças podres em constante hemorragia. E na fronte duas lagoas fundas, escuras e poluídas.
A cada passo, maior confiança. Nariz arrebitado, qual menina mimada.
Para quê deixar entrar o odio? Só procura (ser) alguém melhor!

E no fim de contas a máscara nunca há-de cair!